Em maio de 1972, o Prof. Dárdano de Andrade Lima, curador do herbário do Instituto de Pesquisa Agropecuária de Pernambuco (IPA), ministrou o curso de extensão universitária “Fitogeografia do Brasil, especialmente do Nordeste”, na Escola Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM (atualmente Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA), a convite do Prof. Vingt-un Rosado, então presidente da Sociedade Cultural e Recreativa dos Engos. Agros. de Mossoró – SCREAM, que mais tarde viria a ocupar o cargo de diretor da ESAM. A idéia da criação de um herbário surgiu de uma visita dos Profs. Dárdano de Andrade Lima, Vingt-un Rosado e Odaci Fernandes de Oliveira (da disciplina de Botânica I da ESAM) à serra Mossoró, onde se encontra o ponto de maior altitude (250 m) do município de Mossoró, em cuja flora, na época, havia espécies com representantes arbóreos de até 12 m de altura e espécies não ocorrentes em outras áreas do município. Em virtude das características um tanto peculiares da flora da referida serra, aventou-se a possibilidade de transformar sua área em uma reserva florestal, a qual seria administrada pela ESAM. E para dar respaldo a essa idéia, decidiu-se que seria importante a criação de um herbário (já que no Rio Grande do Norte não havia sido criado ainda herbário algum), cujo acervo se iniciaria com o material coletado na área da serra. Assim, o herbário foi criado, ficando o Prof. Odaci Fernandes de Oliveira encarregado da curadoria e organização, tendo os trabalhos de coleta, herborização e montagem sido iniciados ainda no mês de maio do mesmo ano. Infelizmente, o sonho de a serra Mossoró se tornar uma reserva florestal nunca pode ser concretizado.
Aos poucos, apesar dos parcos recursos financeiros, o acervo do herbário foi sendo ampliado com material coletado no município de Mossoró e, especialmente, na área do complexo serra do Mel/serra do Carmo, por ser uma área impactada pela implantação, pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte, de um projeto de Vilas Rurais, o qual evoluiu para o atual município de Serra do Mel.
Em janeiro de 1974, a ESAM sediou o XXV Congresso Nacional de Botânica, e nessa época o herbário contava com cerca de 600 tombos apenas, com as exsicatas organizadas em um único armário. Houve um pequeno aumento do acervo até julho de 1974, tendo a partir daí o herbário permanecido inativo durante cerca de dois anos, período este em que o Prof. Odaci Fernandes de Oliveira esteve ausente do País, realizando curso de pós-graduação. Com o retorno do Prof. Odaci Fernandes de Oliveira, em 1976, os trabalhos em prol do levantamento florístico do município foram retomados, sendo nesse período adquirida pela ESAM uma edição fac-simile da Flora Brasiliensis, de Martius. Todavia, foi somente no período de 1980/81 é que o herbário pôde contar com um local próprio e dar impulso à ampliação do acervo de exsicatas e intensificar os trabalhos de identificação das espécies, pois engajou-se no Projeto Flora Nordeste, com recursos do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), tendo sido adquiridos um veículo Kombi e 15 armários, além de poder contar com dois bolsistas, os Engos. Agros. Joana D’arc Oliveira de Freitas e José Erivaldo de Araújo, e um secretário, o estudante de agronomia Sr. Antonio de Souza Alves. As várias expedições de coletas realizadas no Estado do Rio Grande do Norte, nesse período, resultaram no aumento do acervo temático de plantas (Fanerógamas e Criptógamas) do Estado. Com a redução de recursos orçamentários, o herbário não foi incluído na nova versão do Projeto Flora, a qual contemplava apenas os herbários das maiores instituições.
Numa versão mais aprimorada do Projeto Flora, sob a curadoria da Profa. Regina Célia de Oliveira, da disciplina de Botânica I da UFERSA, o Herbário MOSS vem sendo ampliado, tanto através de adições às coleções do seu acervo, como no que se refere às recentes identificações procedidas pelos principais especialistas de grupos de plantas, especialmente fanerógamos, do Nordeste do Brasil. Merece especial atenção, o apoio também conferido pelo CNPq, através do Edital Coleções Biológicas, com o projeto coordenado pela Profa. Dra. Maria Regina de Vasconcelos Barbosa, da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, do qual participam outros 24 herbários do Nordeste. Através desse projeto intitulado “Base de Dados Consolidada de Plantas e Fungos do Nordeste do Brasil”, que tem por objetivo principal a informatização dos herbários no Brahms e disponibilização dos dados on-line, o incremento das identificações pelos especialistas e coletas adicionais, o herbário MOSS foi contemplado com infra-estrutura (aquisição de computador, ar-refrigerado e material de expediente), além da implementação de uma bolsa de Iniciação Científica (IC) e de recursos para a realização de coleta no Estado.
Recentemente, com um acervo de mais de 9.000 registros), o MOSS foi incluído no Index Herbariorum e o espaço físico foi ampliado e reformado, garantindo a conservação das coleções e melhorias no conforto aos taxonomistas que trabalham ou visitam o Herbário.